12/02/2023
33min

ARP#273 – Uma sucessora de Roraima

Aline Zago se formou em Direito, mas a sua lida desde pequena na fazenda foi bruta. Pesou na escolha em ser advogada os percalços que ela via seus pais e outros produtores passando, em termos de segurança jurídica e de regularização ambiental e fundiária em um estado tão promissor como é Roraima.

Ainda que a advocacia tenha sido a escolha profissional, isso não impede que ela, junto com sua família, continue o processo de sucessão na fazenda. O sucesso deste processo passa por ter muito respeito pelo que já foi feito e principalmente o comprometimento em fazer o que deve ser feito.


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TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO

00:00:03
Aline: Mas a gente, inclusive, está superando nossos percalços de logística, porque ainda existem muitos. Para o Estado que está ainda nessa… nesse crescimento exponencial do agro. Mas realmente é como a gente costuma dizer, onde o agro finca raízes, o desenvolvimento vem de uma forma muito rápida.

00:00:41
Paulo: E aí pessoa, tudo beleza? Estamos começando mais um episódio aqui do Agro Resenha e nessa semana eu tô aqui com a Aline Zago, que é advogada e produtora rural lá em Roraima. Aline, muito obrigado estar aqui com a gente. Seja super bem vinda ao Agro Resenha Podcast.

00:00:58
Aline: Nossa, eu que agradeço! É uma grande honra estar aqui com vocês, essa audiência maravilhosa, essa turma do agro tão pró ativa.

00:01:07
Paulo: Show! Show de bola! Vamos contar um pouquinho do que vocês fazem aí no norte do país, né? Eu tenho uma curiosidade muito grande de saber as coisas que vocês fazem por aí.

00:01:18
Aline: Nossa, nem me fala, porque o pessoal costuma achar que Roraima é só índio, Gente, não, a gente produz também, tá bom?

00:01:27
Paulo: Muito bom! E pra você que tá aí ouvindo, você já viu aqui no Agro Resenha a porteira não tem tramela pra quem busca se informar sobre assuntos ligados ao agronegócio, então não sai daí que esse bate papo aqui tá muito legal. “Firma o gorpe” que Já já estão de volta!

00:01:45
Paulo: Bom, você já deve ter ouvido a máxima de que é o olho do dono que engorda o boi, certo? Isso é verdade até certo ponto. Afinal, só olhar não adianta nada sem uma boa direção. Com base em valores como honestidade, qualidade, inovação nos produtos e excelência no atendimento. A Nutripura, que há quase 20 anos atua no segmento pecuário, te dá essa direção, oferecendo os melhores produtos e serviços aos pecuaristas, garantindo resultados positivos não só no campo, mas principalmente no bolso. E eu digo isso não é da boca pra fora não, Afinal, trabalhei lá, cara, eu vi com meus próprios olhos a competência técnica e o cuidado com o negócio do cliente. Saiba mais sobre a Nutripura em www.nutripura.com.br e fique ligado nos artigos que saem no blog Canivete, que na minha opinião é o melhor conteúdo sobre pecuária de corte que você vai encontrar na internet. Siga também a Nutripura nas redes sociais. É só chegar lá no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube e fique atualizado sobre o que há de mais avançado na pecuária. Nutripura: o produto certo na hora certa.

00:02:58
Paulo: Muito bem. Tô aqui de volta com Aline e Aline pra gente começar essa resenha aqui. Conta um pouquinho da sua história pra gente!

00:03:05
Aline: Ai gente, é uma satisfação poder compartilhar um pouquinho desse amor que é o agronegócio, né? Essa, como a gente costuma dizer, roda propulsora do nosso país. Eu sou advogada, uma jovem advogada, mas o meu amor pelo agro já vem de berço. A minha família é produtora. Nós temos uma fazenda no sul do estado de Roraima e o meu pai, ele é aquele que abraçou o agro de Roraima, veio lá do Rio Grande do Sul há 35 anos, desbravou essa terra que nós chamamos de nossa casa.

00:03:42
Paulo: Você nasceu aí?

00:03:44
Aline: Sim, eu nasci aqui.

00:03:46
Paulo: Interessante, né, cara? Porque assim, o que talvez Roraima viveu aí dos 20 anos pra cá foi provavelmente o que Mato Grosso viveu há uns 50, 60 anos, sabe? Porque assim, tudo o que foi construído aqui, na agricultura, ali, se a gente pegar o eixo da BR-163, outras regiões de Mato Grosso. Muitas pessoas do Sul vieram e vocês vão subindo cada vez mais longe.

00:04:13
Aline: Exatamente, vai fazendo esse caminho reverso, né? E Roraima a gente costuma dizer que é a menina dos olhos, né? A gente compreende. Temos tido, graças a Deus, bastante impulsionamento do nosso governo estadual para o agro local, né? A questão de exportações também tem feito bastante procura desse mercado. E o mercado de grãos no estado? Ele tem tido um fôlego muito grande. Há cerca de cinco anos pra cá, ele teve esse boom que nós costumamos dizer, mas também sempre tivemos uma pecuária expressiva, que tá ganhando força a cada dia mais.

00:04:53
Paulo: Sim, sem dúvida, sem dúvida. E aí eu lembro que quando a gente começou a conversar sobre gravar um episódio aqui e eu comentei com você que eu trouxe no podcast Gestão Rural, o que a gente faz lá com o pessoal da SCADI? Eu trouxe a Jaqueline Brito, que ela é de Roraima, só que ela fica ali na região do Lavrado. Aí se fosse pra mim, ela fica em outra região aqui do estado. Eu fico mais pro sul, né cara? Então eu acho que seria legal, cara, pra gente conhecer um pouquinho mais de Roraima e do estado de vocês. Você tem como contar pra gente um pouco sobre como o agro tem crescido aí?

00:05:26
Aline: Aí, mas com certeza é fantástico. A gente costuma dizer que Roraima é um estado excepcional pela capacidade produtiva que ele tem, por essa diversidade de biomas dentro de um só estado. Porque nós, lá do sul do Estado, nós temos literalmente uma floresta amazônica, né? E esse bioma amazônico extremamente riquíssimo, que na verdade foi explorado primeiro, mais para as aberturas da pecuária, que foi tomando os seus rumos, da pecuária extensiva e pro norte do estado que é hoje a menina dos olhos da soja roraimense, porque é um relevo bem mais plano, já é outro bioma. É o bioma parecido com o Cerrado, que a gente chama totalmente diferente. Eu não sou especialista nessa questão de terras mais, mas a gente tem uma certa, um certo conhecimento, né? E realmente tem sido as áreas mais procuradas para a soja lá no norte do Estado, que inclusive já estamos aí com 100.000 hectares de soja.

00:06:33
Paulo: E tem um ponto bacana nesse processo que eu lembro. Quando eu trabalhei aqui no Imea, o Instituto fez uma visita em Roraima e tem essa questão de Roraima. Você está no hemisfério norte. Então, a produção é em outra estação, diferente da estação aqui do sul.

00:06:51
Aline: É exatamente o que a gente costuma dizer enquanto vocês estão plantando, a gente está colhendo e vice versa. É uma dinâmica muito diferente. Por isso que nós sempre reiteramos o quanto que Brasil é esse país fantástico que o ano inteiro está produzindo de norte a sul, de leste a oeste, e a nossa janela de plantio, inclusive lá do sul do Estado, que é onde a minha família produz a nossa janela. Ela vem mais ou menos ali em abril. A gente, como é que é o período das chuvas, a gente começa a plantar e o pessoal já do norte do Estado, já aí por maio, um pouquinho depois, né? Mas a gente inclusive, está superando nossos percalços de logística, porque ainda existem muito para o Estado que está ainda nessa e nesse crescimento exponencial do agro. Mas realmente é como a gente costuma dizer onde, onde o agro finca raízes, o desenvolvimento vem de uma forma muito rápida.

00:07:48
Paulo: E você comentou que a fazenda da família fica aí no sul do estado e pelo que eu entendi, as diferentes regiões. Tem suas próprias peculiaridades. No caso da Fazenda teria como você contar pra gente quais são as atividades de produção que vocês têm lá?

00:08:06
Aline: Como eu te falei lá pra gente, no sul do estado, o pessoal costuma rir. Meu Deus, vocês querem plantar soja mesmo lá? Porque é muito, muita chuva, né? A precipitação pluviométrica lá pro sul do Estado é bem superior ao do Norte. Justamente por essa diferença de biomas. Mas a gente tem feito já há quatro safras de plantio de milho. Nós temos pecuária no semi-intensivo e realmente tem dado certo. Só que assim, a questão da soja ainda é um pouquinho mais complicada para nós. Ainda no sul do estado, por conta de estarmos ainda fazendo as aberturas de terra, ainda fazendo toda aquela questão de deixar agricultável para soja, que é bem mais exigente, né?

00:08:46
Paulo: Sem dúvida. Mas vocês começaram primeiro com a pecuária, antes da agricultura?

00:08:52
Aline: Exatamente. Então, aí, durante a vida toda, nossa. A nossa experiência sempre foi só com pecuária. A pecuária extensiva, né? A princípio. Aí depois sempre trabalhamos com as três fases cria, recria, engorda. E daí surgiu essa agora a cria, que de cinco anos pra cá, essa intenção e a aplicação de um processo de pecuária semi-intensiva com o Consórcio Integração Lavoura Pecuária.

00:09:23
Paulo: E o que é uma baita de uma pedida. Aqui em Mato Grosso a gente vê a maioria das regiões. Algumas delas já tem bastante assim, sistemas integrados, e isso favorece os dois segmentos, tanto a pecuária como a agricultura, né?

00:09:35
Aline: Com certeza, Até porque recupera os nossos solos, que outrora estavam extremamente degradados. Vem aí trazendo essa. Eu diria que é um boom produtivo, né? E a gente costuma dizer que o produtor brasileiro hoje já faz uma verdadeira mágica produtiva, um verdadeiro milagre produtivo. Não é à toa que, conforme nós sabemos os dados oficiais, a gente produz toda essa quantidade incrível de alimentos que alimenta 1 bilhão de pessoas no mundo, com 7% do nosso território em estimativa agricultável plantada. Então, assim é fantástico. É o agro brasileiro, ele é esse reflexo. E nós aqui no estado de Roraima, não estamos longe, estamos seguindo por esse caminho também, o que é muito incrível também mencionar a respeito das agroindústrias que estão se firmando aqui no estado. Nós temos indústria de soja esmagadora de soja que beneficia soja, que é a agro Serra Verde, que a gente gosta de falar. Pessoal fantástico. E inclusive é o nosso presidente da soja, o proprietário. Eles realmente tem dado uma atenção toda especial para os produtores da soja. Roraima. A gente tem que realmente ser grato às nossas instituições, que tem agido para fortalecer o nosso agro local. Isso é extremamente importante.

00:11:00
Paulo: E aí, Tá curtindo o bate papo? Espero que sim. Mas estou passando aqui pra te dar um recadinho. A missão da Stoller é transformar conhecimento em inovação para a agricultura, gerando valor a todos os envolvidos. Por mais de 50 anos, ela transforma conhecimento em inovação no esforço de impulsionar as culturas a alcançarem seu máximo potencial genético e atingir altas produtividades. E quando se trata de conhecimento, você pode encontrar tudo sobre fisiologia, nutrição e biologia de plantas no podcast Camp On, produzido pela Stoller. Lá, um time de especialistas aborda assuntos relacionados às principais culturas agrícolas e, como você já sabe, você pode escutar quando, onde e como quiser. Aprimora o seu conhecimento no site da Stoller, o www.stoller.com.br. Lá você vai encontrar vários artigos técnicos e o link para assinar o podcast Campo On no Spotify. Lembre se de seguir a Stoller no LinkedIn, Instagram, Facebook e YouTube. É só procurar por Stoller Brasil. Isso é inovação, Isso é Stoller.

00:12:12
Paulo: E deixa eu comentar. Você tinha falado pra mim previamente que todo esse desenvolvimento que Roraima está tendo, mas teve uma questão bem importante que foi o zoneamento. Como que ele beneficia o agro de uma maneira geral?

00:12:25
Aline: E isso é exatamente o nosso zoneamento ecológico econômico que foi aprovado. Ela é uma diretriz para propiciar o que a gente chama de compensação ambiental. Está previsto no nosso Código Florestal, que é uma prerrogativa do estado de Roraima. E, na verdade, aqueles estados que compõem a faixa do que a gente chama Amazônia Legal, que é o Estado de Roraima, faz parte. E aí trata se basicamente que é onde a gente tem essa prerrogativa, inclusive de afirmar o Estado de Roraima tem uma dessas condicionantes que trata o Código Florestal para haver essa compensação ambiental, que nós temos 65% do território do Estado de Roraima voltado exclusivamente à conservação ambiental. Isso soma se às áreas indígenas, áreas de preservação permanente e todos os as Flona. Enfim, todas as áreas de preservação somadas tem 65%, que é uma das condicionantes. Daí, a segunda condicionante que nós teríamos seria que nós tivéssemos de fato o zoneamento ecológico econômico, que foi realmente, graças a Deus, aprovado no ano passado e tivemos amplos debates com o governo do Estado, com a Secretaria de Agricultura, para que pudéssemos de fato trazer esses mapas de bonificação. Participamos desse processo, que foi muito importante justamente para trazer o que a gente espera de segurança jurídica a mais para plantar ali no campo, porque já é tão difícil produzir, já temos um custo de produção extremamente elevado. Então tem se uma mística no Brasil. Nós sabemos, lamentavelmente, a respeito dessa questão, que claramente tem intervencionismo de preservação excessiva ambiental, muitas falácias, porque o Brasil é um dos países que mais preserva no mundo, tem um compromisso realmente ecológico, é incrível, é fantástico. Então nós tivemos essa caminhada, os 65%, que era uma das condicionantes de preservação do estado de Roraima, somado ao nosso zoneamento ecológico econômico e somado à submissão à nossa Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que foi graças a Deus, tudo passou por esse procedimento e a gente teria. Então agora estamos só aguardando o decreto do nosso governador, que vai de fato consolidar essa questão, que é uma prerrogativa nossa para o Estado. Então, de forma prática, o que isso traz para o nosso produtor? Nas áreas de lavrado, a gente tem um valor, uma quantidade de 60%, 65%, que pode ser explorada pelas áreas de lavrado e no sul do Estado, nas áreas que são inerentes à floresta amazônica. Apenas seria todo um total de 80% de conservação. Com a compensação que é prevista pelo Código Florestal, a gente passaria a 50%.

00:15:21
Paulo: Não. Bacana, porque acho que esse é um ponto bem interessante dessa discussão. Porque toda vez que a gente fala com produtores que estão em estados mais distantes, você pega o Pará. Quando eu morei lá também. Essa questão de você começar a produzir e de repente você não ter essa segurança jurídica é um negócio bem complicado, porque é uma coisa que está totalmente fora da sua área de atuação, Vamos dizer então isso é uma coisa bem, bem legal. E aí eu queria puxar um outro assunto que é mais ou menos relacionado a isso, né? Você é filha de produtor rural, né? Seu pai, produtor e tal. E você comentou comigo que vocês estão fazendo o processo de sucessão e tal. Mas o lógico pra quem é filho de produtor e que está engajado dentro da propriedade e você seguir os passos dos pais e querer se formar em algum curso de agrárias, né?

00:16:15
Aline: Eu imaginei que essa pergunta viria.

00:16:18
Paulo: Por que você foi pro direito?

00:16:20
Aline: Então, Nossa Senhora, isso é uma é uma máxima na minha vida. Todo mundo pergunta isso lá por quem de direito, né? Porque a gente já é, como eu costumo dizer, a gente, nós do agro já estamos calejados. Sabe o quanto que é difícil produzir. A gente tem todo esse custo de produção, a gente tem todos os percalços ambientais. Você sabe que realmente no Brasil não é fácil, é burocracia atrás de burocracia. Então eu faço uma brincadeira sempre que nós lá na fazenda eu fui criado em cima, agarrando um carneiro e derrubando. É literalmente na luta bruta. Pode não parecer, mas a gente realmente meus pais criaram. Eu e meu irmão somos dois, meu irmão tem 14 anos, ele vai para as agrárias, ele vai fazer agronomia.

00:17:05
Paulo: Alguém tem que salvar a família.

00:17:06
Aline: Para né? Mas aí a gente tinha já esse. Eu já tive essa prática toda. Sempre fazemos cursos de aperfeiçoamento. A lida diária e o convívio de fato com a lida bruta, pesada eu sempre tive. E isso sempre foi passado pelos meus pais, que a gente costuma dizer que o professor às vezes tem mais expertise que os agrônomos. A gente brinca um pouquinho, o professor resolve o problema em 5 segundos. Não os nossos amigos que discutem isso.

00:17:39
Paulo: Eu lembrei de um reels que eu vi, da Lígia Pedrini, que ela foi lá, o agrônomo fazendo a medição da quantidade de semente. Aí chega no fim a produtividade dá 99,7 sacas por hectare. Ai chega o produtor e quebra o milho. Assim cheira. Ah, vai dar 100.

00:17:57
Aline: Exatamente isso. É exatamente isso. Então nós já sabíamos que teríamos que enfrentar muitos percalços em termos burocráticos para a fazenda, em termos de segurança jurídica, de regularização ambiental, fundiária que a gente chama. E eu me dediquei realmente a essa vertente por saber que seria uma forma também de cumprir essa missão de estar dentro do agro, estar junto com os produtores. Então, em termos de forma prática. Eu tenho cumprido essa missão dos dois lados, tanto o pé na porteira e do outro lado da porteira quanto pra cá, né?

00:18:41
Paulo: E uma outra coisa também falei aqui da sucessão é que vocês estão fazendo a propriedade. É uma coisa que você falou que chamou atenção, pelo menos minha, né? E eu acho que de outras pessoas, de outras pessoas que também estavam sucedendo os pais do negócio, eles comentaram a mesma coisa que você, que é essa dificuldade de conflito, vamos dizer, de gerações, né? E quase ninguém fala abertamente dessas dificuldades aí de implementar esse processo de sucessão. Teria como você contar para a gente como é que tá rolando esse processo? Fica à vontade se você quiser falar ou não. E como que é mesclar a tradição dos antigos com a inovação dos mais novos? Conta um pouco desse negócio pra nós aí.

00:19:25
Aline: Eu acho que tudo são duas palavras chave: respeito e principalmente, comprometimento, né? Nós temos esse amor pelo legado da produção, porque a gente sempre fala isso. É uma máxima que o meu pai trouxe do meu avô. Assim, eu já trago um pouquinho da história da família, que meu pai é descendente de imigrantes. O meu bisavô, no caso o avô do meu pai, veio da Itália, né? E a gente traz essa, esse amor. E o meu bisavô falava para o meu pai que é o que se concretiza hoje. Ele falava Deninho, quem vai mandar no mundo é quem tem a chave da dispensa. E isso é uma verdade. A gente vivencia isso na pele. Hoje, o Brasil sendo um dos principais responsáveis pela segurança alimentar do mundo. Então, a gente sempre teve essa certeza que seria um legado de compromisso, passado, intergeracional. Então, realmente eu falo que não é uma compreensão só da parte dos nossos pais. Pra quem está vindo agora, quem está pegando o barco andando. Mas é justamente esse respeito que a gente tem que ter, porque, como a gente costuma dizer, eles vieram na parte difícil, eles pegaram toda aquela porrada. Realmente, eu tenho uma admiração assim exponencial pelo meu pai. Não consigo nem me expressar pelo meu pai, pela minha mãe. Os dois construíram juntos tudo com muito suor. E tem uma foto do meu pai que ele chegou aqui em 81. Em 81 ele chegou no estado de Roraima e é uma foto dele toda preto e branco, com aquela estrada recém aberta, as árvores frondosas de canta canto, ele com aquelas roupas todas sujas de barro e com uma trouxa nas costas e um sorriso que vinha de orelha a orelha. Então foram essas pessoas que desbravaram os nossos rincões do nosso Brasilzão, porque a gente tem que ser muito grato. Eles não são piegas, eles são um orgulho pra nós. Então não são eles que têm que se adaptar, nós somos nós que temos que nos adaptar a eles. Eu costumo dizer isso, então nós temos tido esse diálogo, né? Meu pai, ele tem visto porque ele é justamente por ter sido tão difícil, eles têm um certo receio do que é novo, né? Vamos lá que eu estou pisando aqui no terreno que eu já conheço, tem maior segurança. Então a gente tem tido um pouquinho de dificuldade às vezes para implementar uma gestão um pouquinho mais informatizada, algum pouquinho, uma gestão de dados um pouquinho mais aprofundada, né? Algo nesse sentido que a gente sabe o que vai melhorar a produtividade, mas nada resiste a resultados, né?

00:22:08
Paulo: E é bem interessante esse ponto. O do respeito. Eu acho que a gente quando entende como foi construído o negócio, né, Porque tem disso. Por exemplo, você sabe que você é a segunda geração do seu pai, né? Então, quem sabe na terceira ou na quarta geração será que vai conhecer essa história? Por isso que é sempre bom manter esse legado, né? Porque se as coisas chegam fáceis lá na frente, ele não sabe como que foi o esforço. Eu acho que esse lance de você saber das dificuldades também ajuda muito nesse processo da sucessão. Sei lá, eu imagino.

00:22:43
Aline: Com certeza. Exatamente por isso que a gente é o meu pai. Assim, vou revelar a idade dele. Ele vai me matar, né? Mas eu já na casa dos 60, né? Então já é aquela geração que realmente teve uma outra criação e a gestão deles é realmente diferente da que nós trouxemos agora que nós estamos trazendo. Mas claro que aos pouquinhos a gente com paciência vai implementando também as novidades que com certeza trazem resultados e trazem uma gestão mais afiada. E eu costumo dizer que o mundo sempre vai estar em crise, né? A gente só tem que saber como lidar com essas crises e tirar delas oportunidades de crescimento, de aperfeiçoamento tanto pessoal quanto de gestão e aprimoramento das nossas, dos nossos empreendimentos, das nossas fazendas. Porque, querendo ou não, a missão continua aí.

00:23:44
Paulo: Diversas pesquisas apontam que o produtor rural está cada vez mais conectado ao mundo digital. E é nesse contexto que nasceu o Broto, plataforma digital que ajuda o produtor rural a potencializar sua produtividade financeira. No ecossistema Broto você encontra um marketplace completo, com acesso a produtos e serviços, além de conteúdos relevantes em diversos formatos, inclusive podcast, que vão apoiar o produtor em seu processo de tomada de decisão. Há décadas como parceiro do produtor, agora BB Seguros e o Banco do Brasil, através da plataforma Broto, querem descomplicar a agricultura digital e trabalhar para promover a inclusão digital em todos os perfis de produtor. Siga o Broto nas redes sociais, é só buscar por @somosbroto no Instagram, Facebook e YouTube e entre no site www.broto.com.br e saiba como o ecossistema Broto pode te apoiar. Somos Broto, seu jeito digital de fazer agro.

00:25:00
Paulo: E para o futuro. O que vocês estão pensando aí? É alguma coisa que vocês estão pensando diferente, que vocês estão querendo olhar pro futuro assim não?

00:25:07
Aline: Olha. Então eu não teria como não falar, né? Acho que a situação que nós estamos vivenciando no país creio que não seja só eu que saiba disso. Todos estamos vendo. Nós conversamos muito entre produtores, temos contatos com o pessoal das revendas, com o pessoal das empresas e é meio que uma coisa bastante generalizada de precaução no momento. Agora, de pesquisar um pouquinho no freio, ter ali tudo na ponta do lápis, com bastante cautela, porque infelizmente o nosso mercado está bastante nervoso e não é à toa. E como nós sabemos, o Brasil já enfrentou o ano passado nesses últimos dois anos, na verdade, com a questão da Rússia, que é a nossa principal fornecedora de insumos, o que é uma situação extremamente complicada, porque a gente sempre falou que deveria ser rediscutido a nossa questão. Por exemplo, as maiores reservas de fosfato, as maiores reservas de insumos nós temos na nossa Amazônia, mas sabemos que por interesses internacionais extremamente escusos, o povo brasileiro sempre se manteve refém dessa questão, que é bastante complexa. Então, provavelmente os custos de produção aumentarão. Essa é a nossa previsão. É o que está bastante cristalino para todos nós. Então, cada vez mais, produzir vai ter que ser tomadas precauções redobradas, né não?

00:26:32
Paulo: Bacana, muito bom. Bom, Aline, queria agradecer aqui, cara, seu tempo aqui, participando com a gente aqui no Agro Resenha. Tenho certeza que foi proveitoso pra quem ouviu a gente entender um pouquinho mais sobre o agro aí de Roraima. Espero que você que está aí do outro lado tenha entendido também. Entre em contato com ela. Eu queria agradecer demais sua participação aqui. Muito obrigado e parabéns pelo seu trabalho.

00:26:56
Aline: Imagina, eu que agradeço. Foi uma grande satisfação falar um pouquinho e às vezes a gente vai. O tempo passa muito rápido, né? A gente nem vê passar. Mas e se você voltar para conversar a história? Porque o agro, ele sempre tá aí, se reinventando, trazendo inovações, como a gente vê todos os dias. Por isso que eu sou consumidora assídua do podcast, porque é cada dia uma inovação e a gente tem que estar atualizado.

00:27:24
Paulo: E fala aí pra gente como que quem está escutando a gente aqui pode acompanhar seu trabalho.

00:27:28
Aline: Ah, e pelas redes sociais. Aline Zago Eu sou advogada agrária aqui no estado de Roraima e LinkedIn. Aline Helena Zago, advogada agrária. E estamos aí a disposição, porque, como eu sempre digo, um dos passos primordiais para a produção tem que caminhar de mãos dadas com as regularizações e a nossa segurança jurídica, que apesar de estar um pouquinho frágil, ainda é possível sim, tomar as devidas cautelas.

00:27:55
Paulo: Muito bom! Então é bom. Vamos agora para a parte muito importante desse podcast, que é o nosso glorioso Quiz. Vamos nessa?

00:28:02
Paulo: Ah! Tô ansiosa, bora!

00:28:06
Paulo: Vamos lá!

00:28:10
Paulo: Seguinte, vou te fazer umas perguntinhas e você responde a primeira coisa que vier a sua cabeça Tá certo? Vamos lá. Aline Zago Qual é a sua música antiga predileta?

00:28:20
Aline: Ah, e com certeza estradas de interior, né? Sempre rola um country roads do nosso John Denver.

00:28:29
Paulo: Legal, muito bom. A música é boa, A música é boa. E conta pra gente qual foi o lugar mais legal que você já visitou.

00:28:35
Aline: Com certeza. Eu gosto muito de prezar pelas raízes, né? Eu amo o Rio Grande do Sul, que é descendente da minha família, tem o meu coração, com certeza.

00:28:46
Paulo: É muito bom. E conta pra gente aí qual a sua especialidade na cozinha, se é que tem, né?

00:28:52
Aline: Mas com certeza, como neta do italiano, como é que não vai ter minha mãe a matar ela e a voltar aqui com uma briga comigo? Ah, eu gosto de fazer pão e massas. Minha especialidade são massas, com certeza.

00:29:05
Paulo: E Aline, indica um livro pra gente que de alguma maneira, sei lá, o livro de cabeceira que você tem, ou algum livro que de alguma maneira mudou a sua visão traz pra gente.

00:29:16
Aline: Por incrível que pareça, eu sou encantada por dois A arte da Guerra, porque ele é um livro de cabeceira de fato, do meu pai que passou pra mim. Então esse é o que veio de pronto na minha cabeça e eu tenho um verdadeiro carinho por ele, porque ele traz as diretrizes para todos os pontos da nossa vida. Eu gosto dos ensaios dessa versão que tem a de Maquiavel, mas eu gosto da de Sun Tzu. E também A Sorte, que é um livro que eu inclusive trouxe para a minha graduação, para o meu TCC, que inclusive foi de regularização fundiária rural, que basicamente traz uma metáfora, um comparativo sobre a nossa vida e o nosso dever de semear, que é a nossa função. A gente tem que exercer nosso trabalho com devoção e deixar a nossa marca plantada no mundo para fazer a diferença para as próximas gerações. Senão não haveria sentido algum, né?

00:30:12
Paulo: Legal, legal. Como é que é o nome mesmo? O título.

00:30:14
Aline: A sorte.

00:30:15
Paulo: A sorte. Muito bom. E eu sei que não faz muito tempo assim, mas se você se encontrasse com o seu eu pequenininha aí de 16, 17 anos, qual seria o melhor conselho que você daria.

00:30:28
Aline: A eu diria para não desistir e continuar no foco. Porque quando a gente faz as coisas com amor, o resultado ele vem. Continuar firme nos princípios, porque a minha família veio desse legado. Meu pai trouxe minha mãe e eles trouxeram para nós, filhos, esse legado de sermos fiéis aos nossos ideais, mas principalmente aos nossos princípios, que, infelizmente, hoje a gente vê uma sociedade predominantemente com valores subversivos e subvertidos. Isso é com certeza uma das missões que eu trago sempre na minha atuação, na minha vida. E costumo inclusive trazer isso porque é o que a gente tem que passar para frente, manter firmes e preservados os princípios que foram, que nos trouxeram aqui e com certeza serão base para as próximas gerações.

00:31:18
Paulo: Show de bola, muito bom! E pra você aí que acompanhou aqui esse bate papo até agora, tem certeza que você viu valor nesse episódio aqui. Então considere compartilhar esse episódio com alguém que vai querer saber um pouquinho mais. Por exemplo, sobre o agronegócio de Roraima. O podcast ele cresce à medida que você participa junto com a gente. Então o Agro Resenha tá disponível em todos os agregadores de podcast Apple, Google, Spotify, Deezer. Qualquer um desses você vai encontrar. Siga a gente também nas nossas redes sociais Instagram, Facebook, LinkedIn e Twitter e entre no nosso grupo do WhatsApp, no nosso canal do Telegram também. O link está lá no nosso site o www.agroresenha.com.br e escreva pra gente para contato@agroresenha.com.br, se você quiser mandar um oi ou se quiser mandar uma uma indicação de algum convidado. A gente adora receber e-mails e nós fazemos parte da rede Agrocast, a mais bonita rede de podcast do agro do Brasil. Então, se você quiser ouvir outros podcasts do agro, é só colar lá em www.redeagrocast.com.br. Bom demais! Então, viu, dona Aline? Foi legal! Gostou?

00:32:25
Aline: Fantástico! Experiência única!

00:32:29
Paulo: Finalizo sempre com minha frase de efeito, uma frase de muita sabedoria, que é a seguinte Se chover na minha horta, não tá bom. Fica com Deus!

00:32:39
Aline: Adoro minha mãe que gosta. Simbora.

00:32:56
Paulo: E aí, você gostou desse podcast? Se gostou, considere compartilhar esse episódio com alguma pessoa que irá se beneficiar desse conteúdo e nos ajude a alcançar ainda mais pessoas. O roteiro e a apresentação desse episódio foi do Paulo Ozaki, a produção do Agro Resenha e a edição do Senhor A.


PARCEIROS DESTE EPISÓDIO

Este episódio foi trazido até você pela Nutripura Nutrição e Pastagem! A Nutripura, que tem como base valores como honestidade, qualidade e inovação nos produtos e excelência no atendimento, atua há mais de 20 anos no segmento pecuário, oferecendo os melhores produtos e serviços aos pecuaristas. Fique ligado nos artigos que saem no Blog Canivete e no podcast CaniveteCast! Com certeza é o melhor conteúdo sobre pecuária que você irá encontrar na internet.

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FICHA TÉCNICA
Apresentação: Paulo Ozaki
Produção: Agro Resenha
Convidada: Aline Zago
Edição: Senhor A – https://editorsenhor-a.com.br

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